terça-feira, 20 de abril de 2010

CRACK, O MAL DO SÉCULO XXI

   Há algum tempo queria falar sobre a campanha “Crack, Nem Pensar” que, acredito, deveria se estender a todo o Brasil.
   Não é de hoje que milhares de famílias sofrem com o problema das drogas em seus lares. Só em Porto Alegre, 36% dos jovens fazem uso diário do crack e, pasmem, 43,6% cometeram assalto após o uso de drogas. Outro dado assustador é que 73,5% pararam de estudar. Que futuro se pode vislumbrar para estes jovens?
   Vejo esta campanha com esperanças. Penso que ações como esta, somadas à iniciativa do poder público (sim, isto é um problema de saúde pública), podem minimizar o problema. Seria utópico, neste momento, pensar em erradicação.
   Todos os jovens correm este risco, entretanto, há aqueles com maior propensão ao uso de drogas, como os que têm vida ociosa, os que vivem em situação de conflito social, como violência e pobreza, dentre outros. E, uma vez dentro do universo da dependência, este jovem usuário, é comumente, é discriminado, tratado como lixo da sociedade, como um marginal, um vagabundo.
   A verdade é que, assim como o alcoolismo, a adicção é uma doença, que precisa urgentemente ser tratada, até porque não há cura para ela; deve haver, sim, um monitoramento diário do próprio adicto, que sabe que, assim como acontece com o primeiro gole para o alcoolista, ele não pode dar a primeira tragada. Manter-se em programas de reabilitação e procurar ajuda psicológica também são fatores que complementam o tratamento.
   E o que dizer do sofrimento dos familiares? São pais e mães que veem seus lares se desestruturando e sendo geridos pela droga. Ela passa a ser protagonista da história. É preciso um trabalho sério, árduo, paciencioso, com a inclusão de todos, para combater o grande mal do século XXI. O apoio familiar, através da compreensão, do amor, da firmeza e da serenidade, são fundamentais para que o jovem adicto mantenha-se determinado no tratamento e supere todas as dificuldades que possam vir. E elas virão, não tenha dúvida.
   Quanto ao poder público, entendo que a população deve se mobilizar para continuar exigindo que a saúde pública assista estes jovens, que lhes forneça tratamento, internação, atendimento e suporte. Nós, homens públicos, precisamos fazer a nossa parte e criar mecanismos que garantam a saúde destes cidadãos que, longe da dependência, voltarão a estudar, a ter uma vida social, profissional, e, assim, um futuro que se abrirá à sua frente